Dez anos atrás, Lucas Moura deu sua contribuição para fechar uma década extremamente vitoriosa para o São Paulo, acrescentando uma Copinha à coleção de títulos tricolores. Dois anos depois, ao erguer a Copa Sul-Americana, mal podia imaginar que aquele troféu seria o último festejado pelos lados do Morumbi, desde então.
Também seria difícil, para são-paulinos e o círculo ao redor do jogador, prever as idas e vindas de sua carreira.
Se em 2011 ele ganhou o Sul-Americano sub-20 compondo uma dupla explosiva com Neymar —e para muitos ele tinha potencial para rivalizar com a revelação do Santos—, Lucas não teria tantas oportunidades pela frente para se firmar com a camisa da seleção brasileira. Ainda espera até hoje sua primeira convocação para uma Copa do Mundo.
Se ele foi o jogador mais caro da história do São Paulo, vendido ao Paris Saint-Germain por 43 milhões de euros (quantia astronômica, não importando o câmbio, nem a época), enfrentou alguns percalços na capital francesa. Quando reencontrou Neymar por lá, já estava pronto para buscar um novo endereço.
Pois em Londres, pelo Tottenham, parece ter reencontrado um caminho de sucesso, agora impulsionado também por um admirador de longa data: José Mourinho. É uma espécie de renascimento que pode ter como ponto de partida a memorável semifinal da Liga dos Campeões do ano passado, quando fez três gols em triunfo dos "Spurs" sobre o Ajax em Amsterdã.
Só tenho de corresponder agora, agarrar essa oportunidade. Acredito que nunca tive uma sequência assim com esse respaldo e confiança que estou tendo com Mourinho em toda a minha carreira na Europa
Agora em quarentena na Inglaterra, ele atendeu ao UOL Esporte e fez um balanço de sua trajetória. Na entrevista, o atacante, de 27 anos, falou sobre o convívio com o técnico português e os desafios proporcionados pela Premier League. Lembrou causos em volta de Zlatan Ibrahimovic, a velha amizade (bem como velhas disputas) com Neymar.
E, claro, abordou o longo período de "agonia" vivido pelos são-paulinos (como ele), ao passo que reforça um sentimento que deve contagiar a torcida:
Não acho que ainda seja a hora de voltar para o São Paulo. Mas é claro que tenho isso na minha cabeça, eu tenho esse sonho, essa meta de um dia voltar para lá. Porque é o clube que eu amo